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Um fenômeno chamado PIX 

Um fenômeno chamado PIX 

Em pouco mais de dois meses, o Pix, nova forma de pagamentos instantâneos, soma 40 milhões de usuários com 50 milhões de contas ativas e 90 milhões de chaves cadastradas. Os números são do Banco Central, que investiu na tecnologia para estimular a concorrência entre os bancos e instituições financeiras. Para Fábio Henrique Bittes Terra, professor de Economia da Universidade Federal do ABC, os números são bastante impressionantes. “Foi uma grande adesão levando em consideração a novidade do sistema. Até o final de 2020, o Pix havia movimentado quase R$ 30 bilhões, a maior parte por pessoas físicas”, afirma o professor, em entrevista ao programa “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”.

Até pouco tempo, para terem acesso ao dinheiro, as pessoas precisavam ir até o banco. Com o Pix, o dinheiro circula, mas permanece no sistema bancário, explica Terra. “Na prática, os bancos deixam de receber tarifas nas transações tradicionais – uma perda de receita estimada em 8% –, em contrapartida, um contingente maior de recursos permanece no sistema financeiro para empréstimos pessoais, grande produto dos bancos”.

Quem perde com o Pix? De acordo com o professor, as grandes prejudicadas são as maquininhas de cartão. “Hoje, essas operadoras fazem a ligação entre consumidor, loja e sistema financeiro. O Pix elimina esse intermediário.” Outro impacto, segundo Terra, será a médio prazo para os fundos de antecipação de recebíveis. “Quando uma transação é feita por maquininha, o vendedor não recebe de imediato. Ele utiliza serviços de antecipação de receita e paga uma taxa por isso. Como o Pix, o recebimento é instantâneo e sem taxas, pelo menos por enquanto”, explica. Cartões de crédito não devem ser afetados porque oferecem a vantagem do prazo para pagamento e opções de parcelamento.

Segundo Terra, há 735 instituições financeiras e de pagamento atuando no Pix. Uma pessoa pode ter até cinco chaves em bancos ou instituições financeiras distintas. O professor aconselha diversificar. “O melhor a fazer é distribuir as chaves entre diferentes bancos ou instituições financeiras, pois estimula a concorrência e aumenta o poder de barganha do cliente”, acrescenta. Por fim, apesar de seguro, o sistema não está livre de fraudes. “O Banco Central não envia mensagens solicitando códigos de segurança para validação”, alerta. Informações cadastrais e dados pessoais nunca devem ser informados a terceiros.

Assista: https://youtu.be/FSQdDI3Bx-w

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