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Startups enfrentam receio de investidores

Quem procura desenvolver uma ideia inovadora encontra na startup um modelo ideal para a sua concretização. Isso porque a startup tem flexibilidade e capacidade de adaptação às mudanças, e ao mesmo tempo, pode crescer com custos mais baixos. No entanto, este modelo de negócios tem enfrentado dificuldades no país por causa do receio de investidores. 

Em entrevista ao programa de TV “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”, o editor-chefe da revista Forbes, José Vicente Bernardo, diz que as startups brasileiras sentem dificuldades de atrair investidores dispostos a arriscar em um negócio ainda incerto num mercado difícil de empreender. “Aquela febre de que vai ter um unicórnio, uma empresa valendo um bilhão de reais a cada esquina, passou. Mas o que observamos, comparando até com outros países – Israel, Estados Unidos e outros – é que o capital de risco no Brasil só tem o nome, porque você faz projetos incríveis, você estrutura o teu negócio, você já combinou com o fornecedor, já combinou com o cliente, já combina com a cadeia toda, falta aquela grana para você startar o negócio. Precisa contratar mão de obra para você anunciar, comprar matéria-prima, etc. O investidor diz: ‘Ah, legal! Quanto você tá faturando?’. ‘Não estou faturando porque eu preciso desse dinheiro, desse investimento, para botar o combustível no foguete’. O investidor: ‘Mas primeiro o foguete tem que decolar, depois a gente põe o combustível’. Não faz muito sentido isso”, afirma.

Como o Brasil traz entraves para investidor, outros locais têm muito mais atrativos, fazendo com que recursos que poderiam ser usados no país passassem para outro lugar. “Eu conheço pessoas que se mudaram para Israel para fazer esta atividade porque cansaram de tentar aqui e não virar. É o cara que dá o dinheiro, mas ele preferiu ir para lá porque o ecossistema é mais azeitado”, disse.

Se a situação já não era favorável antes da pandemia, agora a nova crise poderá trazer mais dificuldades, especialmente para quem busca trabalhar com negócios inovadores e arriscados. O fato de o país estar com dificuldade de administrar a crise faz com que ela perdure mais e afete mais negócios. “O Brasil já deu provas de que tem dificuldade de administrar uma crise desse tamanho do ponto de vista tanto da saúde quanto econômico. Faz uma retomada econômica sem ter feito uma melhoria na saúde pública, a saúde vai deteriorar novamente. Vamos ter uma segunda onda de contaminação, provavelmente igual ou maior do que os piores momentos dessa primeira”, disse.

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