NOTÍCIA

Queda do “Risco Brasil”

Medido pelo CDS (Credit Default Swap), o Risco Brasil é um dos principais indicadores de risco de crédito do mercado, sendo utilizado principalmente para proteger contra calotes da dívida soberana e de investimentos internacionais. Recentemente, esse índice atingiu o menor nível em seis anos, com 116 pontos, próximo de quando Brasil tinha o chamado “grau de investimento”. Segundo Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria, esse movimento reflete fundamentalmente à postura do Brasil que, apesar das dificuldades, está promovendo uma mudança na sua gestão econômica. “Tomando medidas para corrigir boa parte dos problemas acumulados em anos anteriores, a agenda reformista do governo está sendo reconhecida pelos mercados”, diz ele.

Em entrevista ao programa de TV do SIMPI “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”, o economista explica por que o país ainda não recuperou o grau de investimento, esclarecendo qual a razão de os investidores estrangeiros ainda não colocarem recursos no país. “Apesar dos ajustes que têm sido feitos e haja sinalizações de melhoras, o Brasil ainda tem uma relação Dívida/PIB (Produto Interno Bruto) próxima a 80%, o que é praticamente o dobro que os países emergentes com grau de investimento possuem. Então, para que as agências possam fazer avaliações positivas e recomporem as nossas notas perdidas, é preciso mostrar uma melhoria efetiva nos números, ou seja, apresentar um PIB condizente com crescimento econômico, o que, acredito, deverá acontecer somente em 2023, se tudo caminhar bem”, explica ele.

Por fim, Campos Neto esclarece ainda que o Brasil tem cerca de USD 380 bilhões aplicados, ou seja, o quarto país que tem mais reservas no mundo, o que garante liquidez em moeda estrangeira. “Eu diria que, se não fossem essas reservas volumosas, certamente nossa nota de classificação seria ainda pior, porque nós ainda temos uma situação fiscal de contas públicas bastante grave”, afirma ele. “De fato, há muita liquidez no mundo. Se o Brasil fizer a sua lição de casa bem-feita, uma parte desses recursos podem perfeitamente vir para cá, para investimentos e nos ajudar nessa retomada”, conclui o especialista.

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