Indicadores projetados pelo mercado financeiro apontam para um crescimento de 5,03% na inflação, três centésimos acima do limite máximo previsto na meta inflacionária.
O economista Otto Nogami explica que o governo não consegue manter a meta inflacionária porque há um desarranjo na relação de demanda e oferta, ou seja, o desejo de consumir é maior do que a capacidade para produzir.
Ele ressalta os custos de produção também como uma condicionante importante. “Enquanto a produção de bens intermediários não se normalizar, a economia continuará afetada por meio dos preços”, alerta.
Nogami afirma que a projeção da taxa de juros Selic em 11,5% sinaliza a dificuldade do governo na implementação da sua política monetária para controlar preços na economia. “Isso repercute no PIB, cujas projeções internas indicam retração da atividade econômica entre 0,5% a 1%.
O setor agroexportador talvez seja o grande alento não permitindo uma queda mais brusca”, explica. Em relação à política fiscal, Nogami destaca que a aprovação do orçamento para 2022 e os rearranjos para subsidiar o Auxílio Brasil comprometem os dispêndios a serem realizados pelo governo.
Além disso, por ser este um ano eleitoral, teremos um ambiente comprometido e a incerteza dos investidores internacionais no cenário político brasileiro fará com que a taxa de câmbio permaneça em patamar extremamente elevado, afirma o economista.
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