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Marcos Cintra no   SIMPI  (5)

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Marcos Cintra no   SIMPI 

“O Pequeno empresário é quem pagará a conta da reforma tributária, caso a atual proposta seja aprovada”, afirma Marcos Cintra, professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas 

O projeto de reforma tributária, que começou como uma proposta simples de correção da tabela do imposto de renda pessoa física, se transformou numa colcha de retalhos, incluindo mudança na tributação do imposto de renda pessoa jurídica, que, na avaliação do professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Marcos Cintra, surgiu sem discussão e sem necessidade imediata.

Em entrevista exclusiva ao programa “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”, que pode ser visto no YouTube, o economista afirma que aprovar a proposta atual seria um grande retrocesso. “O discurso do governo é tributar os super ricos, mas neste projeto o empresário do Simples é quem vai pagar a conta, pois, com a tributação de dividendos, aqueles que estão no patamar menor em termos de faturamento terão aumento de carga e quem estiver no lucro real terá decréscimo”, explica.

Segundo o professor, há grandes chances de extinção do Simples Nacional. “Com o fim do Simples, qual a alternativa?”, indaga Cintra.

Em resposta, ele garante que dificilmente estes empresários se formalizarão com tributação pelo lucro real. “Provavelmente teremos desemprego, fechamento de empresas e informalidade”, afirma.

De acordo com Cintra, ao atingir as empresas pequenas, a tributação de dividendos afetará também o Simples. “É um passo na direção de criar dificuldades para a sobrevivência de um regime que tem mostrado resultados para o país”, lamenta.

O economista recorda que desde 1995 a distribuição de dividendos não é tributada e uma mudança agora trará forte impacto para as micro, pequenas e médias empresas com faturamento até R$ 80 milhões por ano e que não estejam no lucro real. “Serão estas empresas as mais penalizadas porque distribuem a maior parcela dos lucros. Como não têm grandes custos, distribuem esse rendimento na forma de dividendos”, explica. Para o professor, o projeto tem defeitos graves e repercussões que podem ser prejudiciais à economia. Em contrapartida, segundo ele, com as críticas ao projeto, o governo está revendo sua posição.

Assista: https://youtu.be/4W7gm55V7-k

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