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Adiamento do leilão do 5G acirra discussões no Brasil

O adiamento do leilão do 5G, que será feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está acirrando as discussões sobre a nova tecnologia. Por causa da pandemia, o leilão deverá ser feito apenas em 2021. Enquanto isso, pressões externas influenciam as discussões brasileiras sobre a tecnologia.

A tecnologia 5G é conhecida como a quinta geração de internet móvel e promete revolucionar, trazendo mais velocidade e permitindo com que mais aparelhos estejam conectados ao mesmo tempo.

Em entrevista ao programa de TV “A Hora e a Vez da Pequena Empresa”, o CEO do LIDE China e gerente institucional do BNZ Advogados, José Ricardo dos Santos Luz Júnior, explica que essa transformação da tecnologia promete ser tão revolucionária que tem influenciado nas discussões geopolíticas. “Vai revolucionar a sociedade até o ponto que quem for o detentor dessa tecnologia vai liderar o mundo. Por isso que temos visto essa guerra comercial, já existente, entre Estados Unidos e China sendo acirrada por conta da tecnologia 5G”, explica.

José Ricardo comenta que o país asiático também tem aproveitado o desenvolvimento da tecnologia para fortalecer a infraestrutura de países parceiros. “A China, por exemplo, tem uma política chamada de Cinturão e Rota que é a retomada da antiga Rota da Seda Terrestre e Marítima em que está desenvolvendo a sua infraestrutura no mundo por meio de todo o seu know-how. A China também tem desenvolvido a Rota da Seda Digital, que é o desenvolvimento da parceria do país com o mundo em três vertentes: a telecomunicação 5G, o comércio eletrônico e a última é a questão das cidades inteligentes”, explica.

Em resposta a esse movimento de investimento de infraestrutura em países parceiros, os Estados Unidos tem acusado as empresas chinesas de espionagem. Segundo o Governo americano, a espionagem poderá ser feita por meio dos aparelhos que poderão utilizar os dados de clientes com a tecnologia 5G.

A disputa entre China e Estados Unidos se repete em todo o mundo, mas deve influenciar fortemente no Brasil, que sofre as pressões de ambos os países. Os dois são grandes parceiros comerciais do país e se empresas de algum dos países que participam do leilão tiver preferência na escolha, o Brasil pode sofrer retaliações.

Para José Ricardo, o país precisa analisar como enfrentará esta disputa. “Na minha opinião, o Brasil tem que olhar os seus interesses nacionais e não a questão ideológica”, disse.

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