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Luz no fim do túnel para a construção civil?

A atual tendência de queda significativa na taxa básica do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC), junto com as novas formas de oferta de crédito, começam a oportunizar negócios para a construção civil. Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP), falou em entrevista concedida ao programa de TV do SIMPI “A Hora e a Vez da Pequena Empresa” que, atualmente, o setor sente uma sensível melhora nos indicadores de financiamento, tanto para o consumidor como para as construtoras. “Após passar por uma das maiores crises da história entre os anos de 2014 a 2017, estava faltando uma boa notícia para o mercado imobiliário: a partir do ano passado, começamos a perceber um sensível crescimento no volume de imóveis financiados”, afirma ele, dizendo que esse movimento ascendente já é percebido em São Paulo. “As vendas e lançamentos ultrapassaram as expectativas para este ano, dando sinais que o setor está realmente se recuperando”, esclarece.

Segundo o especialista, a evidência dessa recuperação e a expectativa positiva de aceleração do setor criaram uma situação inusitada: os bancos estão correndo atrás das incorporadoras, oferecendo empréstimos para construção de novos empreendimentos, já que, apostando nessa tendência, os empresários da construção civil estão voltando a construir. “O sistema financeiro também está de olho em operações de longo prazo, uma vez que, como um financiamento imobiliário chega a durar 35 anos, trata-se de um tempo considerável e interessante para se manter um cliente em carteira”, esclarece ele. “E, com a competição acirrada entre os bancos, em que cada uma quer oferecer melhores condições, consequentemente os preços estão baixando e, assim, cria um ambiente bem mais favorável ao consumidor”, complementa ele.

Porém, Abreu Filho faz uma ressalva. “Para que esse movimento perdure, vai depender muito do crescimento da atividade econômica e dos ritmos que as reformas vão ser implementadas pelo Governo. Com mais reformas, ajustes e cortes de gastos para redução na dívida pública, teremos a queda dos juros”, diz ele. “Isso significa mais dinheiro disponível, a custo mais barato. Por isso que, acredito, todos temos que torcer, cobrar e fazer pressão política para que essas reformas, de fato, aconteçam”, conclui.

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